LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS E ADULTOS

 

 

4º Trimestre de 2003

 

Título: Mordomia Cristã — Servindo a Deus com excelência

Comentarista: Elienai Cabral

 

 

Lição 11: A mordomia dos talentos

Data: 14 de dezembro de 2003

 

TEXTO ÁUREO

 

E o seu senhor lhe disse: bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor(Mt 25.21).

 

VERDADE PRÁTICA

 

Todo crente tem recebido talentos do Senhor, para empregá-los com dedicação na sua causa.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — Gn 1.28

Os talentos de Adão

 

 

Terça — Êx 31.1-6

Os talentos de Bezaleel

 

 

Quarta — At 18.24-28; 1Co 1.6

Os talentos de Apolo

 

 

Quinta — 1Sm 16.18

Os talentos de Davi

 

 

Sexta — At 8.36-43

Os talentos de Dorcas

 

 

Sábado — 3Jo 5-6

O talento de Gaio

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Mateus 25.14-29.

 

Provérbios 23

14 — Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, entregou-lhes os seus bens;

15 — E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.

16 — E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos.

17 — Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois;

18 — Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.

19 — E muito tempo depois veio o Senhor daqueles servos, e fez contas com eles.

20 — Então, aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.

21 — E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

22 — E chegando o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.

23 — Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

24 — Mas, chegando também o que recebera um talento disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;

25 — e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.

26 — Respondendo, porem, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei;

27 — devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os juros.

28 — Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos.

29 — Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o que tem ser-lhe-á tirado.

 

PONTO DE CONTATO

 

Todos podem ser úteis na obra de Deus, pois Ele concedeu dons para todas as suas criaturas. Não há um só homem que não os tenha recebido. Ele os entregou, mesmo sabendo que poderíamos falhar na administração dos mesmos, confiou em nós e espera que sejamos fiéis. É importante ter a consciência de que dom, ainda que seja único, é algo muito precioso, e não pode ser desperdiçado, pelo contrário, deve ser bem administrado por seu proprietário. O que temos feito com os talentos que Deus nos concedeu? Temos sido servos fiéis? Estamos preparados para o dia da prestação de contas? Faça um momento de reflexão com a turma sobre estas questões.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:

 

  • Explicar o significado de talento.
  • Descrever as características esperadas nos servos da parábola.
  • Identificar quem são os servos, o senhor e quando será a prestação de contas.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Todos nós recebemos pelo menos um talento das mãos do Senhor. Não há ninguém que tenha ficado sem habilidades, dons ou dotes especiais que não possam ser utilizados no serviço de Cristo. A proporção na distribuição dos talentos existe, não porque haja acepção de pessoas, mas porque Deus nos conhece profundamente e sabe quanto podemos administrar. Temos a responsabilidade de empregá-los na obra de Deus com toda a dedicação, empenho, esmero e fidelidade porque haveremos de prestar contas individualmente diante do tribunal de Cristo. Somente aqueles que corresponderem com amor e fé à graça, à capacidade e à responsabilidade que Deus lhes tiver confiado, serão chamados de servos fiéis. Embora a salvação não seja por meio de obras, fomos criados para as boas obras. O servo infiel esta sentenciado a ser privado de seu talento e lançado nas “trevas exteriores”.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

De acordo com a leitura bíblica faça o seguinte exercício. Divida a classe em grupos de cinco. Cada grupo devera pesquisar na Bíblia sobre personagens, seus talentos e em que foram úteis. Os alunos deverão resumir em uma folha de papel a pesquisa. Você poderá sugerir alguns nomes como: Bezaleel, Davi, José, Daniel e seus companheiros. Dê aos alunos cinco minutos. Depois peça que escolham um representante do grupo para ir à frente e apresentar o trabalho, dois minutos para cada grupo é suficiente. A medida que cada representante expuser suas ideias, você poderá anotá-las no quadro de giz. Conclua fazendo um resumo das ideias apresentadas. Esta dinâmica envolve toda a classe e levanta planos valiosos para o desenvolvimento da lição.

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

A parábola dos talentos foi a última proferida por Jesus cuja mensagem principal trata do nosso trabalho com diligência, constância e fidelidade com os talentos que Deus nos tem dado. No mesmo capítulo (Mt 25), Jesus falou da parábola das dez virgens, destacando a lição principal da vigilância espiritual ante o retorno do Senhor. No estudo desta lição abordaremos o assunto dos talentos sob a perspectiva da administração do nosso trabalho recebido da parte de Deus. Somos mordomos na aplicação dos nossos talentos na propagação do reino de Deus.

 

 

I. A CONCESSÃO DOS TALENTOS POR DEUS (vv.14,15)

 

1. O dono dos talentos (v.14). A parábola fala de “um homem” rico, possuidor de muitos bens (talentos), o qual ao sair para fora de sua terra convocou seus “servos” (trabalhadores) e deu-lhes a oportunidade de trabalharem com os “bens” a eles distribuídos. A lição da parábola indica que Jesus Cristo é aquele senhor, o qual nos tem dado talentos para trabalharmos para Ele. Ele é o homem que “ausentou-se da sua terra” por um pouco de tempo, para quando voltar, receber o fruto dos talentos entregues a seus servos (Jo 13.13; At 10.36). Jesus, depois de sua ascensão viajou para longe: “Subindo ao alto… deu dons aos homens” (Ef 4.8). Ao retornar para o céu, Jesus deixou sua igreja equipada, concedendo seus bens para serem negociados. Certa ocasião Ele disse: “Assim como o Pai me enviou, eu vos envio a vós” (Jo 20.21).

2. A mensagem dos talentos (v.15). Um “talento” era uma medida de peso com valor monetário. Nas medidas de peso dos tempos bíblicos, um talento equivalia a 60 “minas” e uma “mina” tinha o peso de “60 ciclos”. Essa medida de peso podia ser de ouro, prata, bronze ou latão, por isso, o valor podia ser diferenciado. Um “talento” pesava aproximadamente “30 quilos”. A palavra dinheiro no versículo 18, no original é prata. O valor monetário de um talento era muito alto. Uma pessoa que possuísse, pelo menos, um talento, era respeitada como bem de vida. Aquele senhor entregou os seus talentos a três dos seus servos para que negociassem com os mesmos. Na linguagem figurada, esses talentos representam os dons, dotes e habilidades concedidos por Deus para com eles trabalharmos.

Notemos que esses “talentos” pertencem ao Senhor, e Ele os concede conforme a capacidade individual de seus servos.

3. O dono dos talentos (v.15). A Escritura diz que aquele senhor “a um deu”; “e a outro deu” talentos, indicando que os mesmos pertenciam à aquele homem rico. A Bíblia diz que tudo vem de Cristo, pois tudo foi criado por Ele, por meio Dele e para Ele (Cl 1.16; 1Co 8.6; Rm 1.3-6). De nós mesmos nada temos, nem podemos fazer (Jo 15.5). Dele nos vem tudo para que o sirvamos segundo a sua vontade, não a nossa. Os servos não foram escolhidos em função de já possuírem algum talento.

4. A distribuição dos talentos (v.15). A distribuição foi proporcional à capacidade de cada um daqueles servos para negociar. A um “deu cinco talentos”, a outro “dois talentos” e, ao terceiro, “um talento”. Quando Deus criou os seres humanos, os criou com diferentes aptidões e capacidades. Pelo menos, um talento todo crente possui. O que Deus espera de todos nós é que, mediante seus talentos, sejamos fiéis e úteis ao seu reino.

 

 

II. A ADMINISTRAÇÃO DOS TALENTOS (vv.16-18)

 

1. Os servos receberam seus talentos. Cada um deles trabalharia e administraria os bens conforme a sua capacidade. Aquele senhor deixou aqueles talentos em suas mãos para serem cuidados e utilizados. Cada qual negociaria da melhor forma possível com aquilo que recebeu para trabalhar. Cada qual deveria preocupar-se apenas com o seu trabalho e procurar fazê-lo bem. Não pode haver espaço para invejas, ciúmes, porfias entre os servos de Cristo; coisas típicas de pessoas carnais (Gl 5.19-21).

2. Dois daqueles servos administraram bem seus talentos (vv.16,17). Diz a parábola que o servo que recebeu cinco e o que recebeu dois talentos negociaram bem e duplicaram seus talentos. Foram diligentes e fiéis. Os que trabalham na obra de Deus, na igreja, devem fazer o melhor que puderem, para multiplicarem seus talentos. Aqueles dois primeiros servos tiveram êxito em seu trabalho. Sem dúvida, quando fazemos a obra de Deus com amor e desvelo, a graça de Deus torna-se uma fonte de poder inesgotável na provisão de todas as nossas necessidades (Fp 4.13).

3. O terceiro servo não cumpriu sua missão (vv.18,19). Diz a parábola que ele recebeu justamente tanto quanto podia fazer e negociar, mas pelo contrário, ele preferiu não fazer nada com o talento recebido. O texto diz que ele “cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor” (v.19). Encheu-se de justiça própria, pois ao cavar na terra e esconder o dinheiro queria insinuar injustiça da parte de seu senhor. Aquele dinheiro escondido significa prejuízo e desperdício. Quantos crentes, inclusive obreiros recebem bens da parte do Senhor Jesus e, ao invés de negociarem e trabalharem com afinco para multiplicarem esses bens, tornam-se inativos na obra de Deus. A cobrança virá a seu tempo, na prestação de contas quando o Senhor vier.

 

 

III. AS GRANDES LIÇÕES DA PARÁBOLA

 

As grandes lições da parábola dos talentos tem a ver com o caráter dos servos.

1. A fidelidade. Tudo o que aquele senhor esperava de seus servos era que fossem fiéis no cumprimento de suas atividades até que ele voltasse. Ele requer dos seus servos um serviço eficiente (Lc 16.10; 1Co 4.2).

2. Inteligência (Mt 25.16,17). Aqueles dois primeiros servos fiéis usaram a inteligência para negociarem com os talentos recebidos. É preciso que os servos de Deus apliquem a inteligência espiritual para que não haja prejuízo nos negócios que temos que fazer (Cl 1.9). Os bens de seu senhor deveriam ser multiplicados através de uma mordomia fiel, dinâmica e eficiente (Pv 10.4; 13.4). Na obra de Deus, nada deve ser feito só por emoção.

3. Diligência. O que é diligência? No serviço, é cuidado, zelo, dedicação, dinamismo, atenção, esmero e amor. Os servos que receberam “cinco e dois talentos” trabalharam com cuidado e com aplicação até poderem multiplicar os bens de seu senhor. A mordomia cristã repudia a ociosidade. A Bíblia diz que “a alma do preguiçoso deseja e coisa nenhuma alcança; mas a alma dos diligentes engorda” (Pv 13.4).

 

 

IV. A MORDOMIA REQUER PRESTAÇÃO DE CONTAS (Mt 25.19)

 

1. A volta do Senhor para reaver seus talentos. “E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles” (v.19). O senhor daqueles servos veio quando eles não o esperavam. Assim será na vinda de Cristo. Ele virá quando ninguém o espera (Mt 24.44; 25.13). Por isso, não devemos nos descuidar da nossa mordomia, nas tarefas que o Senhor nos entregou para administrar.

2. O ajuste de contas (Mt 25.19). Os servos sabiam disso, é evidente. Cada servo tinha o seu ajuste de contas, por isso, entendemos que essa prestação de contas é individual, na presença do Senhor. A Bíblia testifica: “Cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Rm 14.12). No ajuste de contas, quanto ao seu serviço, suas obras, os servos de Cristo comparecerão diante do Tribunal de Cristo após o arrebatamento da igreja (2Co 5.10). Todos os crentes salvos hão de comparecer diante desse tribunal onde suas obras serão julgadas e recompensadas. Trata-se do que fizeram (ou não fizeram) para o Senhor enquanto viveram na terra (Rm 14.10; Cl 3.24; Ef 6.8; 1Co 3.14). Quanto aos infiéis, os injustos, eles comparecerão perante o Senhor para julgamento, somente no Juízo Final (Mt 25.24,25).

 

 

CONCLUSÃO

 

Cuidemos de, na força do Senhor, fazermos o melhor para Deus, e Ele nos recompensará com o justo galardão.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Bibliológico

 

“A Parábola dos Talentos nos adverte que nosso lugar e nosso serviço no céu dependerão da fidelidade da nossa vida e serviço aqui (v.29). Na parábola, o talento representa nossas aptidões, tempo, recursos e oportunidades para servir ao Senhor enquanto estamos aqui na terra. Estas coisas Deus considera como um legado seu, que Ele nos confiou para administrarmos da maneira mais sábia possível…

Além disso, Jesus ensina um princípio importante sobre o galardão do crente no céu e seu estado ali. O que cada crente receberá no futuro reino de Deus depende da porção daquele reino que ele já possui agora. Sua posição e herança no céu serão proporcionais à sua atual dedicação e consagração às coisas de Deus e do seu reino aqui…

Quem foi fiel no seu serviço para o Senhor e compartilhou do seu trabalho aqui na terra receberá uma rica recompensa no reino futuro. Receberá tarefas ainda maiores no novo céu e na nova terra (Ap 21.1). Os que foram menos fiéis receberão uma posição e responsabilidades menores.

Em suma, o crente terá que prestar contas da sua fidelidade ou infidelidade a Deus e das suas práticas e ações, tendo em vista a graça, a oportunidade e o conhecimento que recebeu. (Lc 12.48). As más ações do crente, quando ele se arrepende, são perdoadas no que diz respeito ao castigo eterno, mas são levadas em conta quanto à sua recompensa: ‘Mas quem fizer agravo receberá o agravo que fizer’ (C1.3.25). As boas ações e o amor do crente são lembrados por Deus e por Ele recompensados (Hb 6.10): ‘cada um receberá do Senhor todo o bem que fizer’ (Ef 6.8)” (Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD, pp.1442,1443,1549,1775).

 

GLOSSÁRIO

 

Afinco: Perseverança, persistência, constância.

Aptidão: Habilidade ou capacidade resultante de conhecimentos adquiridos.

Desvelo: Grande cuidado; carinho; vigilância, dedicação.

Esmero: Cuidado excepcional em qualquer serviço; apuro, correção, perfeição.

Êxito: Resultado feliz; bom sucesso.

Insinuar: Dar a entender de modo sutil ou indireto.

Inteligência: Faculdade de aprender, apreender ou compreender; percepção.

Ociosidade: Estado de quem gasta o tempo inutilmente; inatividade; preguiça.

Porfia: Discussão ou contenda de palavras; polêmica.

Propagação: Desenvolvimento, proliferação, divulgação, difusão.

Tribunal de Cristo: Corte de justiça retributiva que, tendo Cristo por presidente, ocupar-se-á do julgamento dos santos quanto ao serviço divino.

 

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

 

Bíblia de Estudo Pentecostal, CPAD.

Retorno aos Princípios, Temóteo Ramos de Oliveira, CPAD.

 

QUESTIONÁRIO

 

1. O que representam os talentos?

R. Representam os dons, dotes e habilidades que Deus nos concede para trabalharmos com eles na sua obra.

 

2. Como foi feita a distribuição dos talentos?

R. Proporcional à capacidade de cada um daqueles servos para negociar.

 

3. Quais as grandes lições desta parábola?

R. Fidelidade, inteligência e diligência no uso de nossos talentos.

 

4. O que significa o dinheiro escondido pelo servo infiel?

R. Prejuízo e desperdício.

 

5. Quando será o ajuste de contas dos servos de Cristo?

R. Após o arrebatamento no Tribunal de Cristo.