LIÇÕES BÍBLICAS CPAD

JOVENS E ADULTOS

 

 

3º Trimestre de 2004

 

Título: Colossenses — A perseverança da Igreja na Palavra nestes dias difíceis e trabalhosos

Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

 

 

Lição 6: O cuidado com as falsas doutrinas

Data: 08 de Agosto de 2004

 

TEXTO ÁUREO

 

Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo(Cl 2.8).

 

VERDADE PRÁTICA

 

As doutrinas falsas são ensinos enganosos e sutis, com aparência de verdade. Só a Palavra de Deus, corretamente interpretada, pode eliminar o efeito das heresias.

 

LEITURA DIÁRIA

 

Segunda — 1Jo 4.3

O espírito do Anticristo e seus ensinos

 

 

Terça — 1Ts 4.14

A ressurreição dos salvos garantida

 

 

Quarta — Gl 1.8

É falso um “outro evangelho”

 

 

Quinta — Jo 1.14

O Verbo se fez carne

 

 

Sexta — Mt 5.48

Perfeitos como o Pai

 

 

Sábado — Ef 6.12

Contra quem lutamos

 

HINOS SUGERIDOS

 

107, 108 e 244 da Harpa Cristã

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

 

Colossenses 2.8-15.

 

8 — Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo;

9 — porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade.

10 — E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo principado e potestade;

11 — no qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo.

12 — Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.

13 — E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas,

14 — havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz.

15 — E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.

 

PONTO DE CONTATO

 

As heresias continuam as mesmas. Os falsos mestres ainda tentam provar que Jesus não era divino-humano, que a salvação não é pela graça, etc. A embalagem pode ter mudado, mas o conteúdo permanece inalterado. Temos sido bombardeados por falsos ensinos e modismos. Como resisti-los então? Somente com ensino correto da Palavra de Deus. Professor, você possui a grande responsabilidade de fornecer alimento substancial e saudável para seus alunos. Dedique-se ao seu ministério.

 

OBJETIVOS

 

Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:

  • Distinguir o verdadeiro evangelho dos falsos ensinos.
  • Provar a divindade de Cristo.
  • Demonstrar que o crente pode ser perfeito em Cristo.

 

SÍNTESE TEXTUAL

 

Nos últimos momentos da Igreja na terra, temos presenciado a disseminação de falsos ensinos e filosofias baseados, resumidamente, em teorias que desacreditam a divindade de Cristo e divinizam o homem. Os falsos mestres ensinam que o conhecimento humano tem resposta para todos os problemas da vida. Normalmente, esses homens circulam entre dois extremos: a depravação e a promiscuidade sexual e moral ou a completa ascese. O evangelho, por sua vez, é sempre cristocêntrico. Jesus é Deus juntamente com o Pai e o Espírito Santo. Ele é o caminho, a verdade e a vida. O nosso Salvador é a resposta para todos os dilemas da humanidade e a solução para todas as suas questões.

 

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA

 

Reproduza o gráfico abaixo no quadro-de-giz e analise as diferenças entre os assuntos mencionados.

 

 

COMENTÁRIO

 

INTRODUÇÃO

 

Os falsos ensinos sempre são apresentados de maneira sutil, às vezes agradável e, não raro, com ilustrações bem trabalhadas para persuadir o ouvinte. As filosofias também são usadas de forma eloquente, crítica e, muitas vezes, de modo desrespeitoso contra a Palavra de Deus. É preciso extremo cuidado da parte do professor da Escola Dominical, inclusive os de crianças, com os falsos ensinos, quando são em parte travestidos de verdade. Os colossenses receberam solene advertência contra as seitas e as heresias de seu tempo.

 

I. AS “FILOSOFIAS E VÃS SUTILEZAS” (2.8)

 

1. A filosofia vã. Os gnósticos ensinavam, dentre outras, as seguintes heresias:

a) Jesus não era humano. Segundo a filosofia gnóstica, o corpo, sendo matéria, era mau, e Cristo, sendo um ser celestial, jamais poderia encarnar-se, assumindo um corpo humano. Essa heresia é a base da doutrina do Anticristo que afirma que Jesus não veio em carne (em corpo humano), conforme diz João: “e todo espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e eis que está já no mundo” (1Jo 4.3). Ver também 2Jo v.7.

b) Jesus não morreu na cruz. Para os gnósticos, a morte de Jesus foi apenas aparente. Ele não morreu na cruz. O meio para a salvação, segundo eles, era o conhecimento secreto que diziam possuir e que só estaria ao alcance de alguns iniciados nos credos gnósticos. Hoje, a Nova Era, a logosofia, a gnosiologia, e a teosofia, todas baseadas na gnosis (conhecimento), alardeiam a mesma coisa. Assim se expressa o erudito Prof. Doolan: “Os filósofos modernos procuram cada vez mais ensinar-nos cada vez menos, até que acabamos conhecendo tudo acerca de nada”. Ele se refere a assuntos da fé cristã. Negar a encarnação de Cristo e sua morte, é negar a própria base da fé salvífica emanada dos evangelhos. A Bíblia é incisiva e clara quanto à morte redentora de Jesus (Rm 5.8).

c) Jesus não ressuscitou. Para os gnósticos, como Cristo não se encarnou como homem, nem morreu, também não ressuscitou de fato. O que houve, segundo seus falsos ensinos, foi apenas uma “ressurreição espiritual”. A Bíblia assim se expressa acerca da fé na ressurreição: “Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também, aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com Ele” (1Ts 4.14); “Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós” (Rm 8.34).

2. As “vãs sutilezas” (2.8).

a) A libertinagem exaltada. Certos mestres gnósticos ensinavam que “a libertinagem era a lei de Deus”. Incentivavam a depravação e a promiscuidade sexual e moral. Era a corrente libertina dos gnósticos.

b) O ascetismo exaltado. O ascetismo dos gnósticos, como filosofia religiosa, ensinava que por ser o corpo essencialmente mau, deveria ser tratado com severidade, regras rígidas, flagelamento, privações, isolamento, jejuns forçados, desprezo pelo casamento e pelo mundo material. Os monges, na Idade Média, também seguiram esse ensino (modificado), afastando-se do “mundo” para ter uma vida mais santa. Mas o evangelho de Cristo não prega a ascese. Pelo contrário, Jesus afirmou que os cristãos são o “sal da terra” e a “luz do mundo”. Para ser sal, e fazer efeito, o cristão precisa estar no mundo, no meio das pessoas, para lhes transmitir “sabor”, e também a influência poderosa do evangelho de Cristo. Para ser luz, o discípulo de Cristo não pode estar debaixo de um alqueire, mas “no velador”, ou seja, numa posição que lhe permita transmitir a luz do evangelho aos pecadores (Mt 5.13-16).

 

II. A TRADIÇÃO DOS HOMENS E OS FALSOS “RUDIMENTOS DO MUNDO” (2.8)

 

1. “A tradição dos homens”. Paulo advertiu os colossenses que não se fizessem presa de tais ensinos. O ensino do humanismo coloca o homem no centro de tudo no mundo; exclui a Palavra de Deus e ao próprio Deus de seus arrazoados. Em outras palavras, o humanismo endeusa o homem. Ele faz parte do preparo do mundo para o surgimento do Anticristo. Segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal (BEP), “hoje, uma das maiores ameaças teológicas contra o cristianismo bíblico é o ‘humanismo secular’, que se tornou a filosofia de base e a religião aceita em quase toda educação secular, e é o ponto de vista aprovado na maior parte dos meios de comunicação e diversão no mundo inteiro” (Nota sobre Cl 2.8).

2. “Os Rudimentos do mundo” (2.8). A expressão “rudimentos do mundo” é repetida no v.20 e refere-se a ordenanças religiosas antibíblicas ensinadas naqueles dias (vv.20-23). Nas falsas crenças da Astrologia da época, a expressão “rudimentos do mundo” era também empregada em referência aos astros como sendo habitações de espíritos governantes do universo. Paulo advertiu os colossenses quanto a esses falsos ensinos que fomentavam a adoração a outros elementos da natureza.

3. A plenitude da divindade (2.9). Paulo ministrava aos colossenses que em Cristo “habita corporalmente toda a plenitude da divindade”. Tendo em vista a preeminência de Cristo sobre todos os seres, visíveis e invisíveis, anjos ou demônios, homens ou animais, ninguém precisa recorrer a qualquer outro ser, em busca da divindade. Em Cristo, a divindade é plena, infinita é absoluta. Só Ele — Cristo — é Deus, na unidade com o Pai, e o Espírito Santo (Mt 1.23; Jo 1.14).

4. A perfeição do crente (2.10). Assevera o apóstolo: “E estais perfeitos Nele, que é a cabeça de todo principado e potestade”. Deduz-se assim que a plenitude ou perfeição do crente não decorre de sua própria condição humana, terrena e mortal. Mas de sua comunhão com Cristo. A condição para esta perfeição é estar Nele. Desligado de Cristo, o cristão não passa de mera criatura, semelhante a qualquer outro ser humano. Em Cristo, no entanto, na íntima comunhão com o Salvador, o pecador remido passa da posição de criatura para a de filho de Deus (Jo 1.12; Jo 17.23). Jesus exortou seus seguidores a serem perfeitos (Mt 5.48). Sim, perfeitos nEle (v.10). As primícias dessa perfeição vêm pelo novo nascimento; pela nova vida em Cristo.

 

III. A VERDADEIRA CIRCUNCISÃO E O VERDADEIRO BATISMO (2.11-15)

 

1. A circuncisão de Cristo. A circuncisão na carne era um rito que tinha alto significado entre os judeus (Gn 17.10-12). A circuncisão física era um sinal do Antigo Testamento, concernente a uma aliança firmada entre Deus e o homem (Rm 4.11,12). Nos Atos dos Apóstolos, vemos que os convertidos ao cristianismo eram pressionados pelo legalismo judaico (At 15.10). Pedro teve de enfrentar a oposição dos da circuncisão (At 11.2). Paulo exortou-os dizendo: “no qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo” (2.11 — grifo acrescentado). A “circuncisão de Cristo” era (e é) espiritual (Rm 2.28,29). A “circuncisão de Cristo” (v.11) não é um sinal corpóreo no crente, mas, uma mudança de coração (Rm 2.28,29; Gl 6.15).

2. O batismo (2.12). A Bíblia fala aqui do batismo espiritual, através do qual somos imersos no Corpo de Cristo que é a Igreja (Rm 6.3-5). É um batismo mediante “a fé no poder de Deus” (v.12), e não mediante a água. No pecado, o homem é considerado morto para Deus. Na conversão, ele é regenerado (2Co 5.17), passa pela “circuncisão de Cristo” e, ao mesmo tempo, é batizado em Cristo. Esse batismo espiritual é confirmado mediante a profissão de fé, quando da realização do batismo em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19). Esse batismo espiritual é uma representação do novo nascimento espiritual (Jo 3.3,5), em que Deus justifica pela fé o pecador arrependido anulando toda a sentença de condenação (2.14) e dando-lhe vitória sobre as forças do mal (2.15).

 

CONCLUSÃO

 

Paulo advertiu os colossenses quanto aos falsos ensinos em forma de “filosofias e vãs sutilezas”. E demonstrou que não há qualquer razão para o cristão desviar-se da verdade que há em Cristo, pois Ele encerra em si mesmo “toda a plenitude da divindade”, não havendo, portanto, necessidade de se buscar outro salvador. Essa plenitude de Cristo dá ao crente a plenitude espiritual e a vitória sobre todos os poderes do mal.

 

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

 

Subsídio Teológico

 

Evitando os falsos teólogos

“Os teólogos comprometidos com o neomodernismo são pessoas que se deixaram enredar pela astúcia do diabo, o pai da mentira. Por lhes faltar genuína conversão, falta-lhes também a visão de Deus quanto ao real estado do homem sem Cristo. Um boletim publicado pelo Concílio Mundial de Igrejas, em uma grande cidade, para orientação de pregadores de rádio, ilustra este ponto:

‘Os temas devem difundir amor, alegria, coragem, esperança, fé, confiança, boa vontade. Em geral, evite críticas e controvérsias. Na realidade, estamos ‘vendendo religião’. Portanto, preparar os cristãos para levarem a sua cruz, sacrificarem-se e servirem, ou convidar pecadores ao arrependimento está fora de moda. Porventura, não podemos, como apóstolos, convidar o povo a gozar dos nossos privilégios, fazer bons amigos e ver o que Deus pode fazer por ele?’.

Alguém comparou os teólogos liberais ou neomodernistas a um comerciante que tem de reserva sob seu balcão toda espécie de artigos. Quando um liberal à moda antiga lhe vem pedir liberalismo, o neomodernista estende a mão sob o balcão e diz: ‘Mas é exatamente o artigo que vendemos aqui!’. E, se um cristão bíblico entra na loja, o neomodernista, com o mesmo gesto responde: ‘Mas é exatamente o artigo que vendemos aqui!’.

Eis uma real descrição do neomodernismo, capaz de adequar a sua linguagem e o seu comportamento de maneira a agradar a quem quer que seja.

Ao crente fiel, porém, recomenda o Espírito Santo, através de Paulo, que se afaste dos falsos teólogos e seus ensinos, milite a boa milícia da fé, tome posse da vida eterna, e, obedeça ao mandamento do Senhor. Mandamento esse sem mácula e irrepreensível (1Tm 6.5,12,14)” (Seitas e Heresias. CPAD, pp.139,140).

 

GLOSSÁRIO

 

Eloquente: Expressivo, significativo, persuasivo, convincente.

Erudito: Aquele que tem instrução vasta e variada, adquirida sobretudo pela leitura.

 

QUESTIONÁRIO

 

1. Que tipo de filosofia era combatida por Paulo?

R. Os falsos ensinos do gnosticismo.

 

2. Que significava a “tradição dos homens”?

R. O humanismo que coloca o homem no centro de tudo no mundo; endeusa o homem.

 

3. Qual o verdadeiro batismo a que Paulo se refere?

R. Ao batismo espiritual mediante a fé.

 

4. A que circuncisão Paulo se referia?

R. À “circuncisão de Cristo” que é espiritual.

 

5. Como Cristo demonstrou sua vitória sobre o mal?

R. “Despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo”.