Título: Neemias — Integridade e coragem em tempos de crise
Comentarista: Elinaldo Renovato
Lição 10: O exercício ministerial na Casa do Senhor
Data: 4 de Dezembro de 2011
“Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel” (1 Co 4.2 — ARA).
O verdadeiro líder age com sabedoria e prudência, porque sabe que a sua autoridade procede do soberano e único Deus.
432, 580, 609.
Segunda - Mt 21.13
A casa de Deus é chamada casa de oração
Terça - Ne 13.4,5
Nepotismo na Casa do Senhor
Quarta - 1 Tm 6.9
A cobiça leva ao fracasso espiritual
Quinta - 1 Pe 5.1-3
O líder cristão é o exemplo do rebanho
Sexta - 1 Tm 6.10
Rejeitando o apego ao dinheiro
Sábado - Sl 24.1
Deus é dono de tudo
Neemias 13.1-8.
1 - Naquele dia, leu-se no livro de Moisés aos ouvidos do povo; e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na congregação de Deus,
2 - porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, assalariaram contra eles a Balaão para os amaldiçoar, ainda que o nosso Deus converteu a maldição em bênção.
3 - Sucedeu, pois, que, ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda mistura.
4 - Ora, antes disso, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da Casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias;
5 - e fizera-lhe uma câmara grande, onde dantes se metiam as ofertas de manjares, o incenso, os utensílios e os dízimos do grão, do mosto e do azeite, que se ordenaram para os levitas, e cantores, e porteiros, como também a oferta alçada para os sacerdotes.
6 - Mas, durante tudo isso, não estava eu em Jerusalém, porque, no ano trinta e dois de Artaxerxes, rei de Babilônia, vim eu ter com o rei; mas, ao cabo de alguns dias, tornei a alcançar licença do rei.
7 - E vim a Jerusalém e compreendi o mal que Eliasibe fizera para beneficiar a Tobias, fazendo-lhe uma câmara nos pátios da Casa de Deus,
8 - o que muito me desagradou; de sorte que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara.
Professor, você terá a oportunidade ímpar de conscientizar seus alunos de que devemos agir com temor e tremor quando estamos tratando da obra do Senhor e da administração da sua Casa. Estamos vivendo tempos trabalhosos, onde muitos já perderam o temor e a reverência ao Todo-Poderoso. Esses acabam por macular e prejudicam o Corpo de Cristo. Enfatize o fato de que nosso serviço para Deus deve ser feito com muito amor, alegria, temor e santidade.
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
Professor, use o quadro abaixo para mostrar aos alunos que os dízimos e as ofertas fazem parte do plano de Deus para o sustento financeiro da Sua obra na terra. Dízimo é simplesmente devolver ao Senhor o que Ele nos deu. Malaquias 3.6-12 apresenta o dízimo como uma ordem e traz uma promessa para os que a obedecem: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e provai-me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção sem medida”. Tanto no Antigo como em o Novo Testamento o povo é convocado a dizimar.
introdução
Palavra Chave
Ministro: [Do lat. Ministrum] servidor, servo.
Nosso caráter é trabalhado pelo Espírito Santo que nos vai tornando, dia a dia, mais útil a Deus, à sua Igreja e ao próximo (Cl 5.22). Infelizmente, há obreiros que, resistindo à voz do Espírito, agem como aqueles líderes judaicos que, apesar de haverem participado do avivamento em Jerusalém, não reverenciavam nem a Deus nem a sua casa. Haja vista o que fez o sumo sacerdote Eliasibe. Na ausência de Neemias, ele deixou-se levar por interesses familiares. E, abusando de suas prerrogativas, abriu guarida para que Tobias, o amonita, fizesse do Santo Templo a sua morada (Ne 13.5).
No trato com as coisas divinas, devemos agir com muito temor e tremor, porque Deus não se deixa escarnecer.
I. A CONTAMINAÇÃO DO MINISTÉRIO
1. O sacerdote aparentado com o ímpio. Após o grande avivamento ocorrido em Jerusalém, coisas estranhas passaram a acontecer no Santo Templo. Eliasibe, o sumo sacerdote (Ne 13.28), ignorando as demandas da lei divina, começou a agir permissivamente em relação à administração da Casa de Deus. Tudo começou quando ele aparentou-se com a família de Tobias (13.4). Portanto, se nos associarmos ao mundo, em breve estaremos descartando a ética cristã como algo de somenos importância em nossa vida. Assim, perderemos nossas propriedades de luz do mundo e sal da terra.
2. Privilégios abusivos (Ne 13.5). Eliasibe, usando sua influência de maneira profana, veio a beneficiar justamente o arqui-inimigo do povo de Deus. Alojou Tobias nas dependências do Santo Templo, onde eram guardados os dízimos, ofertas de manjares, o incenso e os utensílios do culto divino.
O que leva um homem de Deus a agir dessa forma? Muito cuidado e vigilância. Fomos constituídos por Cristo para sermos o exemplo dos santos, conforme recomenda Paulo a Timóteo: “Ninguém despreze a tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1 Tm 4.12 — ARA). O apóstolo, nessa passagem, deixa bem claro ao jovem pastor, que o homem de Deus deve ser, em todas as coisas, incorruptível.
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Eliasibe, o Sumo Sacerdote, passou agir com permissividade na administração da Casa de Deus.
II. A JUSTA INDIGNAÇÃO DO HOMEM DE DEUS
1. A firmeza de um líder. Quando Neemias retornou a Jerusalém e compreendeu “o mal que Eliasibe fizera [ao povo de Deus] para beneficiar a Tobias” (13.7), reagiu àquela situação com zelo e coragem. Fazendo uso de sua autoridade, lançou “todos os móveis de Tobias fora da câmara” do Templo (Ne 13.7,8). Não fez o mesmo Jesus com os vendilhões e cambistas que haviam transformado a Casa de Deus num covil de ladrões?
2. A resposta do povo. Essa medida ousada e enérgica de Neemias fez que o povo recobrasse o ânimo e voltasse a contribuir com mais amor e liberalidade: “Então, todo o Judá trouxe os dízimos do grão, e do mosto, e do azeite aos celeiros” (Ne 13.12). O povo de Deus espera que os seus líderes sejam realmente íntegros, transparentes e comprometidos com os negócios do Reino.
3. O procedimento do líder cristão. O que nos ensina Neemias? Em primeiro lugar, que amemos a Deus e sejamos zelosos por suas coisas. Agindo assim, jamais toleraremos a corrupção e a desonestidade em nosso meio, pois fomos chamados por Deus para ser a luz do mundo e o sal da terra. Que todos nos reconheçam, pois, por nossa elevada ética e pela irrepreensibilidade de nossa postura. Menos do que isso é inaceitável. À semelhança de Neemias, jamais abusemos da autoridade que nos confiou o Senhor Jesus, mas ajamos com toda sabedoria e prudência (Rm 12.8; 1 Pe 5.1-4).
SINOPSE DO TÓPICO (II)
Neemias retornou a Jerusalém e ficou indignado com o mal que a péssima administração de Eliasibe fizera ao povo de Deus.
III. HONESTIDADE E TRANSPARÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO
1. A razão da necessidade dos recursos financeiros na igreja. Do Senhor é a terra e a sua plenitude, bem como o mundo e todos os seus habitantes (Sl 24.1; At 17.25). Mas não podemos ignorar que a expansão de seu Reino demanda investimentos humanos e materiais. Ou seja: na expansão do Evangelho até aos confins da Terra, precisamos de recursos financeiros. O próprio Jesus e os apóstolos deles necessitaram. Todavia, não podemos nos esquecer que, na administração de tais recursos, temos de agir com total fidelidade e transparência (Tt 1.7).
2. A procedência dos recursos da igreja. Nossos recursos financeiros não são provenientes do Estado nem de organismos internacionais. Eles provêm dos dízimos e das ofertas dos santos. Todavia, a ética cristã não é ferida se fundações e centros sociais pertencentes à igreja, e que beneficiam toda a comunidade, receberem dotações do poder público. Isso está previsto em lei. Nesse caso, redobremos nossa vigilância e cuidado, para que nenhum escândalo venha manchar o nosso bom nome.
Apesar dos recursos extras, não deve a igreja local abster-se de usar os próprios meios na evangelização, na obra missionária e no cuidado com os mais necessitados (Tg 1.27).
3. Zelo pelos recursos da igreja. As finanças da igreja local devem ser empregadas com fidelidade, sabedoria e transparência na expansão do Reino de Deus e no socorro aos mais necessitados. Tomando o exemplo de Neemias, administremos os bens que os santos consagram a Deus com lisura e temor (Pv 1.7). Menos do que isso, repito, é inaceitável.
SINOPSE DO TÓPICO (III)
A Igreja e sua obra são sustentadas pelas ofertas e dízimos dos fiéis.
CONCLUSÃO
Se não estivermos comprometidos com a Palavra de Deus, nossa administração será reprovada por Deus e pelos homens. Entre as coisas que mais contribuem para a queda do obreiro (além dai sensualidade, da soberba e do poder) está o amor ao dinheiro! (1 Tm 6.10). Tomemos, pois, o exemplo de Neemias. Ajamos com fidelidade e sabedoria em todas as coisas. E o nome de Cristo será exaltado em nossa vida.
Abster-se: Deixar de intervir; conter-se; refrear-se.
Cambista: Pessoas que negociam obtendo lucros acima do
normal.
Recurso: Auxílio; socorro; ajuda.
Vendilhões: Aquele que trafica coisas de ordem moral.
LIMA, E. R. Ética Cristã.
Confrontando as questões morais do nosso tempo. 1.ed., RJ:
CPAD, 2002.
VASCONCELOS, J. Guia Básico do Obreiro. 1.ed., RJ: CPAD, 2002.
1. Após o grande avivamento, o que aconteceu de estranho no Santo Templo?
R. Após o avivamento, o Sumo Sacerdote Eliasibe, ignorando as demandas da Lei divina, começou agir permissivamente em relação à administração da Casa de Deus.
2. Como Eliasibe beneficiou Tobias?
R. Eliasibe beneficiou Tobias alojando-o nas dependências do Santo Templo, onde eram guardados os dízimos, as ofertas de manjares, o incenso e os utensílios do culto divino.
3. O que fez Neemias quando retornou a Jerusalém?
R. Neemias reagiu com zelo e coragem, lançou fora da câmara do Templo todos os móveis de Tobias.
4. Como o povo respondeu à reação de Neemias?
R. O povo recobrou o ânimo e voltou a contribuir com mais amor e liberalidade.
5. Em sua opinião, como os recursos da Igreja devem ser empregados?
R. Resposta Pessoal.
Subsídio Teológico
“A Correção dos Abusos nos Serviços do Templo
Outro abuso, cometido quando Neemias se ausentou de Jerusalém, está relacionado com os serviços do Templo e uma adequada manutenção dos levitas e outros funcionários. Não só havia acontecido uma utilização errada das câmaras do santuário — caso da ocupação de Tobias — como em muitas ocasiões as ofertas não haviam sido recebidas. Consequentemente, os levitas e até os cantores tinham sido obrigados a voltar ao campo e ganhar a vida na agricultura. Isso significa que, apesar das cuidadosas providências que haviam sido tomadas por Neemias há muito pouco tempo (12.44-47), os serviços do Templo haviam sido negligenciados. Os diversos deveres que eram de responsabilidade dos levitas não eram executados. Neemias discutiu esse assunto com os principais líderes da cidade. Por que se desamparou a casa de Deus? ele perguntou. Por causa de sua insistência esses abusos foram rapidamente remediados, o povo voltou a trazer seus dízimos e ofertas, homens de confiança foram colocados como responsáveis pelo tesouro do Templo, e foi feita uma adequada provisão para atender às necessidades daqueles que tomavam parte dos serviços” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. II. Josué a Ester. 1.ed. RJ: CPAD, 2006, p.534).